Às vezes ela pascia que a vida por cá fosse igual à retratada pela série que segue a Dra. Grey, o galã de seu marido e afins.
Sim, nesta anatomia desconcertada é só desgraças, gente estropiada, um hospital sempre em azáfama completa, com vítimas de incêndios, desastres em cadeia, catástrofes naturais. E os médicos vivem ali, apesar de em alguns episódios até serem filmados em “casa” com filhos e família. No entanto, e apesar de todo o caos e caras sofridas, cujas bocas emitem termos médicos complicadíssimos, aquelas personagens são “as pessoas” umas das outras, salvam gente em condições extremas, sorriem e choram e acabam o dia no bar da zona a beber um copo para desanuviar. Cerca de cinquenta minutos depois o episódio termina com uma frase mais ou menos profunda, pela voz da “médica” que dá nome à série… e nós lá ficamos a cismar um pouco naquilo tudo, ela pelo menos fica.
Não, ela não queria um mundo de gente ferida, doente, médicos e pacientes angustiados, gente que se esforça por dar rumo e sentido à vida. Mas é que ali “tudo acaba bem”! Mesmo que morra gente, que personagens tenham fins trágicos para que outras apareçam, eles acabam por ficar bem, seguem a vida e são felizes… Certo, a vida não é série nem filme. Foi só um pensamento que ela teve! E registou!