De vez em quando todos temos aquelas noites que transformam o negro, mesmo no breu mais escuro, num branco luminoso de insónia. Nem bem sabemos explicar o porquê, mas de manhã o dia acorda cinzento, nada aconteceu de concreto, mas há aquela aura amorfa e desinteressante.
Alguns dias continuam e terminam assim, ansiando algum salpico de cor numa tela ainda por alegrar. Outros ganham mesmo colorido, seja com um telefonema, uma palavra de alguém, ou um e-mail com uma resposta cor de rosa a um sonho de um azul celeste. E mesmo que o desfecho não seja a esperada pintura visualmente atrativa, o dia ganha luz e rubor. Para ela hoje foi um dia assim, e tudo ficou mais caloroso, apesar do acinzento que lá fora se faz sentir.