Sobre relações!

25-12-2014 22:07

    A idade e experiências de vida (céus, como ela parece uma “cota” a falar…) trouxeram-lhe a, aparentemente, mais óbvia das certezas: nada é eterno e o “para sempre” dura enquanto esse sempre for vivido.

    A tradição dita, ou as pessoas assim o acreditam, que quando uma relação termina, esfria, deixa de fazer sentido por alguma razão, as partes envolvidas passam a não se poder ver, que uma convivência sã e escorreita é praticamente impossível.

    Se um dia, de forma plenamente consciente, se disse sim a alguém, se construiu algo com outrem, tendo como resultado um ser novo e maravilhoso, porque razão as pessoas se devem odiar, deixar de estimar, deixar de ser amigos? Há casos e casos, pessoas e pessoas, relações e relações e razões que, talvez, o amor ou algo similar, seja desconhecido pela razão. Mas quando a admiração e respeito se mantêm inalterados, apesar da mutável inconstância dos sentimentos humanos, a amizade com que o amor começou impera e permanece quando o resto não vinga.

    Eles já não são casal, e não houve dramas, lágrimas derramadas, sofrimento e terapias. Respeitam-se e admiram-se, combinam, decidem e partilham o que à cria faz esguardo, bebem café juntos, ele foi e é presença e apoio em momentos de saúde mais frágil, ela corrobora com ele como sempre. Quem desvenda o véu da situação estranha, como é possível ser tudo tão pacífico, mas depois entranha e a vida segue.

    É assim que a vida tem que ser. O amor tem muitas, tantas e tão diversas formas de existência. Saber quando algo acabou e seguir em frente, viver e deixar viver o outro é uma forma de amor. E há tranquilidade e paz, o Natal é passado em família da mesma forma, porque a família não acaba, não se separa, as pessoas apenas seguem a vida que é assim mesmo, feita de encontros e desencontros, começos e recomeços e sempre com cenas de próximos capítulos! É a opinião dela pelo menos.

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