Empadão de carne, com arroz, como por cá se aprecia, e maçã assada no forno com açúcar amarelo e canela. Que fragrância divinal povoa a atmosfera do lar.
Ela adora os vapores difundidos pelo forno, recordam-lhe as manhãs de domingo, em tempo mãos frio, na casa dos pais.
A mãe acordava cedo, como em qualquer outro dia da semana, e placidamente preparava o assado. O odor do azeite, cebola, alho, tomate, envolvendo a carne começava a espalhar-se pelas divisões e enchia o ar de boas vibrações. Depois havia ainda as batatinhas assadas, o arroz cozido no ponto e a salada bem temperada. Aproveitando o ensejo do forno ligado, a matriarca assava maçãs, ou cozia um bolo ou apurava um pudim de ovos caseiro. Ao almoço todos se deleitavam com o repasto, não dando talvez o valor devido a quem tinha passado horas a prepará-lo.
Depois da cozinha arrumada e de uma tarde passada a ver TV, ou em qualquer outra atividade domingueira, o conforto estomacal mantinha-se e conferia segurança e doçura ao dia. Tempos de infância recordados assim pelo perfume da canela. Curioso como os sentidos nos transportam para outros locais e eras!
