Fátima, o Papa e ela...

12-05-2017 10:33

    Para ela a fé é, como quase tudo na personalidade de cada um, uma questão de condicionante social, de escolha mais ou menos consciente, de crença influenciada pelas vivências individuais, pela forma como nos é ensinado o dia a dia, como nos são incutidas as reações aos bons e maus momentos vividos na roda do tempo.

    Em miúda e adolescente ela fez todos os sacramentos religiosos esperados de quem cumpriu os muitos anos de catequese que a igreja católica estipula. Deu catequese durante seis anos a meninos bons, de quem tem saudades. Não foi catequista pela religião em si, ou seja, por acreditar piamente em todas as cambiantes de uma mensagem da Bíblia que varia consoante a ótica de quem a analisa, mas porque aquilo que lhes tentou incutir foi a noção de amizade, companheirismo, de se ser sempre melhor daquilo que somos.

    Hoje gostaria de estar em Fátima. Gostaria de ver o Papa. Além da fé que mantem, muito sua, do momento inegavelmente histórico que hoje se vive, gostaria de o olhar, de perceber o que faz dele um bom homem, um homem que exala paz, confiança, que nos transmite que afinal isto da vida até vale a pena.

    Em Fátima hoje estarão pessoas boas e pessoas más, pessoas que vão com fé, pessoas que vão com curiosidade, pessoas que vão a trabalho, pessoas que sofreram para lá estar, outros que farão o frete do ofício. Faltarão lá muitas pessoas, gente que está longe, homens e mulheres que saíram do país para trabalhar, pessoas que amam a religião e que a vivem de forma ainda mais intensa por cá não conseguirem vir.

    O desejo dela é que estes dias memoráveis sejam dois dias de comunhão, de amizade, compreensão, tolerância e humanidade acima de tudo. E que domingo, e nos dias subsequentes, os sentimentos não se esvaiam num ápice e que o quotidiano não oblitere o que hoje todos, muitos, sentem.

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