Elas amigas e o Porto ali mesmo!!!
Ela e ela, elas amigas, foram ver os aviões à Invicta, ainda que não o intentando. Amizades de anos, muitos, tantos que nem importa contabilizar porque tudo aconteceu ontem, reencontram-se num repasto saboroso e regado com a alegria, espontaneidade e doçura das crianças não reais ainda em altura de faculdade, estudos, cartola e crescimentos vários. A idade delas e quem são agora funde-se com as miúdas de 18 anos que há 26 deixaram os pais e cresceram em Coimbra. Elas, as meninas, doces e ainda pouco conhecedoras da passagem do tempo, dão 20 e poucos anos às três amigas. E naqueles momentos passados juntas voltaram a tê-los!
A tarde prossegue em novo cenário, jardins esmeralda de um palácio de cristal cujo brilho já se esvai um pouco na cidade grande e povoada. Os livros alinham-se nas bancadas, novos e velhos, manuseados, do dia, em promoção, em saldos, com outdoors mais ou menos chamativos, barraquinhas brancas mais ou menos decoradas e letradas.
Num momento de lazer, bebericando um maravilhoso cocktail de refrescante vinho do Porto, elas são quase abalroadas pelas celebridades ali presentes, gente que vai homenagear uma poetisa maior da literatura portuguesa. O filho da dita, austero e macilento, sem a beleza de outrora que a TV ainda perpetua um pouco fruto das artes da maquiagem; o presidente da edilidade portuense, em descarada campanha de charme e distribuição bronzeada e bem vestida de sorrisos alvos; e muitos outros, gente outra que não reconheceram, fotógrafos e repórteres, sorrisos de ocasião, livros nas mãos e sacos de cultura para todos verem.
Elas bebem o seu néctar, terminam a fantástica bola de carne, que ali sabe pela vida, e seguem para absorver o ambiente, o jazz que toca ali, num palco lindo e azul, com belas sombras dançantes, um rubro pôr do sol ali ao lado, escondendo-se na ponte que foi de um Luís que era Dom, as pessoas, bem menos ao fim da tarde, que deambulam, manuseiam livros, torcem o nariz com alguns preços, rejubilam com as várias pechinchas descobertas.
E então os aviões? Sim, esses já se recolheram, desfilaram ao sol, deitando fumo cinzento, deambulando pelo meio dos pinos colossais colocados no Douro. As pessoas deliraram com as manobras, a rapidez de um virar de asas, a leveza daquelas borboletas mecânicas. Amanhã há mais aviões, há mais livros, mais pessoas por lá!
Elas, ela, ela e ela, amigas, vão voltar ao trabalho, formar mentes, elas de mente limpa das férias!…