A luz era favila e o chão transbordava das lágrimas vertidas pelos deuses. Aquela cidade parecia triste e só, varrida pela brisa que tocava a chuva e a difundia por todo o lado.
Algures numa sacada, protegida pelas portadas, uma criança recortava revistas e colecionava imagens coloridas, enquanto na TV os desenhos animados repetiam frases estridentes e animadas.
Embora a mãe se aborrecesse muito pela roupa que não secava, a casa cheia de humidade, a escuridão imposta, o menino sorria e imaginava as nuvens divertidas a espremerem-se no chão e a fazer chover. Afinal, até para saborear dias assim é preciso ver o não tangível, mesmo que os pés molhados e as arrelias nos tolhem os sentidos!
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