Casamentos, vestidos, saltos altos e coisas que tal!
Há já muito tempo, anos, que ela não ia a um casamento. Ela gosta de casamentos. Apesar da descrença generalizada no romantismo e mesmo no ato do casar per si, ela acredita que, se as pessoas o fazem, é porque estão convictas de que o querem. Com festa, sem festa, é indiferente. O futuro, esse, espera ao virar da esquina, após o “I do”! (soa bem melhor em Inglês…)
Seja como for, ela hoje não quer dissertar sobre a instituição casamento, mas sobre a saga dos vestidos, do seu vestido e de toda a parafernália subjacente a este dia.
Ela não tinha traje para a festa. Quer dizer, tem muitos, vários... Vá lá, alguns! Mas como sempre, à moda feminina, “nenhum se adequava” à ocasião. Uns dias antes do evento lá experimenta o vestido que a sua amiga S achou ser mesmo a sua cara. Lindo, e o facto de estar um pouco largo, na zona superior, não podia ser impedimento de o usar. Não havia tempo útil para arranjos. E lá pensou em acessórios e como levar o cabelo e onde marcar maquiagem. Decidida resolveu passar o vestido e pô-lo prestes a ser usado. Ficou lindo sim, mas ela conseguiu a proeza de, a poucos dias do dia D, queimar o tule das costas do vestido. E agora? Vá lá remendar a coisa e colocar uma flor branca no maldito e inusitado buraco provocado pelo calor. Ficou bem, afinal no meio de tanta flor ninguém repararia em mais uma.
No dia do casamento foi aquela correria. Parecemos todas a noiva, cabeleireiro às oito, corrida para a maquiagem, vestir a fatiota e seguir. Não podendo usar soutien (isto tem mesmo que ser escrito assim, é um utensílio vital para as mulheres) lá coloca os artifícios que agora existem para segurar o peito e fazê-lo mais bonito. Suporte de silicone, fitas adesivas colantes para que o decote não descaísse… e a sensação de se ir colado com fita adesiva. Sendo o vestido comprido, e ela uma mulher típica portuguesa, pequena, lá usou uns saltos gigantes, que a deixavam 20 cm mais alta (o exagero da medida é propositado…).
Estava pronta. E até com algum bom aspeto, pelo menos era o que dizia o espelho lá de casa. E partiu para a festa, feliz por se sentir princesa. Ao longo do dia, pese embora o calor que a fez destilar e escorrer transpiração que manchava o bordeaux do tecido, os saltos gigantes que a fizeram testar o equilíbrio na calçada da igreja e na relva da quinta onde se fez a festa, do soutien que começava a descolar-se e que acabou por ser tirado mesmo e das fitas que deixaram de colar com o calor e a mão que tinha que ir segurando o decote sempre que se baixava para não ficar descomposta, esteve sempre muito feliz e bem disposta. Estava vestida de princesa! E já de sapatilhas, alívio descomunal para pés massacrados, ela e as amigas dançaram toda a noite, riram e foram felizes. A melhor combinação da noite: vestido comprido de festa e sapatilhas confortáveis.
Muito “sofrem” as mulheres nestes dias. Queremos estar no nosso melhor e para tal usamos todos os subterfúgios à disposição. O que vale é que a diversão, para ela, amigas e amigos, foi garantida, a noiva estava deslumbrante, o noivo radiante e o dia foi fantástico. Compensa ser princesa por um dia, mesmo atravessando a “saga de um dia de casamento”!